Pai de zagueiro não encontrará Temer em aeroporto: ‘Ele que tenha vergonha na cara e venha aqui’


Presidente da República vai a Chapecó, mas não deve participar do velório das vítimas do acidente aéreo com o time da Chapecoense

Osmar Machado, pai do zagueiro Filipe Machado, que morreu no acidente com o voo da Chapecoense, criticou o presidente Michel Temer e afirmou não ter intenção de ir até o aeroporto cumprimentá-lo e receber as condolências. Segundo ele, Temer deveria ter “dignidade e vergonha na cara” e comparecer ao velório das vítimas, que acontece sábado (3) na Arena Condá, em Chapecó (SC).

Ele disse ainda ter certeza que Temer não seria vaiado na cerimônia – relatos dão conta que o presidente decidiu não comparecer ao velório por isso. “Acho que se ele tem dignidade, porque ele é o presidente, ele tenha dignidade e vergonha na cara e venha aqui cumprimentar as pessoas que estão com problema, não nós irmos ao encontro dele, como se a importância fosse ele estar no aeroporto, entende? A importância dele no aeroporto para nós não representa nada. Ele tem medo de vir aqui por que a estrada está esburacada ou ele está com medo? Tenho certeza que o povo não vai vaiar ele. O povo não vai, ao contrário, o povo vai admirar ele”, afirmou. Machado fez seu desabafo em entrevista à ESPN. “Eu não vou no aeroporto. Porque eu acho um desrespeito muito grande a essas pessoas. Se ele quiser, ele vem aqui. A pessoa importante hoje aqui somos nós e nossos filhos que morreram. Eu não vou, eu não arredo um pé de perto de meu filho para cumprimentar um Temer. Ele é o presidente do Brasil e só”, afirmou.

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O pai do zagueiro, que fez aniversário de 66 anos justamente no dia da morte do filho, também criticou o piloto do avião que caiu na terça-feira (29). A aeronave caiu por falta de combustível, segundo as primeiras investigações, e tudo indica que o piloto Miguel Quiroga tinha consciência disso. “Eu acho que o cara foi irresponsável. Ele deveria ter parado a aeronave, reabastecido. A Chapecoense tem dinheiro em caixa, não teria problema. Ele arriscou e o avião ficou dando voltas. Se tivesse combustível poderia circular. Avião não cai, avião derrubam. Agora vai fazer o quê? Ele morreu, o avião era dele. A história do avião era boa, mas pela ganância dele… Ele preferiu matar 70 pessoas”.

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