“Não quero continuar tendo vergonha de ser vereador”, dispara Eri em sessão da Câmara


Diante dos últimos acontecimentos na Câmara de Vereadores de Simões Filho, onde os vereadores “trocaram farpas” por causa da votação que aprovou as contas do ex-prefeito Eduardo Alencar no exercício de 2015, na sessão realizada na tarde desta terça-feira (12) alguns edis quiseram esclarecer questões relacionadas aos fatos.

Para o vereador Eri, as discussões e bate-bocas que têm sido frequentes durante as sessões, tem denegrido a imagem da Casa Legislativa, deixando os edis em situação delicada diante da população simõesfilhense.

“Isso está sendo muito negativo. E verdadeiramente, tem horas que dá vergonha de saber que eu faço parte desta casa. Não quero aqui desmerecer nenhum vereador, mas chamar a atenção, dizer que tem que se controlar, porque não é a quantidade de pessoas que vai mudar o seu perfil diante dos 140 mil habitantes”, disse Eri.

O vereador disse ainda que não vê motivo pra tanta discórdia entre os parlamentares, haja vista que, a política é dinâmica e com o decorrer do tempo severas mudanças podem ocorrer, inclusive partidárias.

“Eu não quero aqui separar colegas que vieram de outro grupo, porque tudo pode acontecer. Quem é do grupo pode sair e quem não era pode ficar. Agora, a gente não pode fazer desta casa uma baderna. Porque a minha imagem também está incluída. A gente tem que ter respeito pelos colegas, seja lá qual for à posição deles. Hoje você está aqui, mas amanhã você pode estar contra”, declarou.

Eri lembrou também das acusações proferidas pelo edil Laércio Valentim, alegando que outros vereadores chegaram a negociar seus votos em benéfico próprio.

“Teve um vereador que se emocionou tanto, ao ponto de dizer que teve outro vereador que recebeu propina. A Comissão de Ética tem de averiguar isso, porque eu não recebi nada e nem quero. Se alguém quiser ficar calado sobre esse caso fique, mas eu não vou ficar, porque eu não devo nada ao senhor ninguém. Desde que eu ingressei na minha carreira política, não recebi um centavo de ninguém”, revelou.

O vereador citou ainda a situação vivenciada pelo nobre colega Deni da Metalúrgica e voltou a dizer que se sente envergonhado diante da postura dos parlamentares, que desrespeitaram o direito democrático de escolha dos outros.

“Eu acho que esta casa tem que começar a mudar a imagem. Esse negócio de ficar brigando porque vê gente, a imagem vai lá pra baixo. Embora eu tenha votado contra o parecer do tribunal, eu não queria ver o vereador Deni desrespeitado aqui. Aí, tem aqueles que querem mostrar ao povo que é pão e circo. Quer discutir política? Então vem discutir política, porque eu faço parte desta casa e não quero continuar tendo vergonha de ser vereador”.

Eri considera que as contas de Eduardo Alencar foram reprovadas na Câmara, uma vez que, tiveram 10 votos contra, 08 a favor e 01 abstenção, mas admitiu que o quórum não foi suficiente para derrubar o parecer do TCM.

“As contas do ex-prefeito foram reprovadas nesta casa, mas o alarde tirou tanto o foco da realidade, que andam dizendo por aí que a Câmara aprovou as contas do ex-prefeito. Não é verdade isso. A casa reprovou as contas com 10 votos a 08. Simplesmente não tivemos quórum pra modificar o parecer do tribunal, mas Eduardo Alencar teve uma derrota moral nesta casa”, concluiu.