Fabricante alega que produto usado em criança de 1 ano e 6 meses morta em Lauro de Freitas não era Plasil injetável


Após publicação da morte da menina Lara, de apenas 1 ano e 6 meses durante atendimento médico em uma unidade de saúde de Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS) a empresa Sanofi, responsável pela fabricação de medicamentos, se manifestou oficialmente sobre o caso.

Em nota, a Sanofi esclarece que, em contato com a Secretaria de Saúde de Lauro Freitas, a instituição informou que o medicamento usado no atendimento que envolve a morte de Lara não foi o Plasil injetável, conforme afirmou a mãe.

Ainda segundo a empresa, “em 31 de maio de 2016, a Sanofi protocolou junto à Anvisa a descontinuação da solução injetável do medicamento Plasil (cloridrato de metoclopramida), e que a partir dessa data deixou de fabricar esta versão do produto, utilizado principalmente no tratamento de enjoos e vômitos de origens diversas”.

Entenda o caso

De acordo com a dona de casa Jeane, mãe da pequena Lara, a menina passou mal em casa, teve vômito e foi socorrida pelos pais até o Posto Médico Nelson Barros em Lauro de Freitas. Ainda segundo Jeane, a criança chegou consciente na unidade de saúde, inclusive andando e de lá não retornou com vida.

Conforme relato da mãe, Lara foi atendida pelo médico e em seguida encaminhada para a enfermaria, onde foi medicada por uma enfermeira, que teria aplicado “Plasio” diretamente na veia da criança. Minutos depois a criança veio a óbito.

“Eu disse que minha filha estava gelada e ela disse que era o ar condicionado. Eu continuei segurando minha filha com meu pescoço na cabecinha dela e quando eu olhei no rosto dela eu gritei, moça a minha filha está espumando, minha filha já estava com os lábios e o olho roxo”, lamentou a mãe.

Negligência: Mãe acusa posto de saúde pela morte da filha de 1 ano e seis meses em Lauro de Freitas

Revoltada, Jeane acusa a equipe médica de negligência e pede que a prefeita Moema Gramacho tome providências para impedir que outros incidentes como o que resultou na morte de Lara volte a acontecer.

“Nada do que ela fizer vai amenizar minha dor. Peço que ela bote médicos de verdade no posto e não estagiários para poder pagar menos e tirar a vida de minha filha que só tinha 1 ano e seis meses”, completou a mãe.

Em nota a Secretaria de Saúde de Lauro de Freitas  disse que Lara chegou à unidade “com quadro de diarreia e vômito diagnosticado como gastroenterite viral. Foi atendida pelo médico de plantão e encaminhada à equipe de enfermagem para administração de soro e Plasil. Antes mesmo que o medicamento fosse administrado (quando apenas o soro estava sendo aplicado) a criança vomitou e aspirou o vômito obstruindo os pulmões, gerando um quadro de insuficiência respiratória que evoluiu para parada cardiorrespiratória”, diz um trecho do documento. A secretária afirmou ainda que o relatório médico está à disposição da perícia.