Diretora médica do Hospital Municipal de Simões Filho alerta população sobre epidemia de conjuntivite


“Já são 576 atendimentos em apenas 15 dias de abril”

O aumento considerável dos casos de conjuntivite neste ano em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), deixa população e profissionais de saúde preocupados e com atenção redobrada.

A conjuntivite é uma infecção que aparece na conjuntiva, a membrana que recobre a parte branca do olho. A mais comum é a causada por vírus, que é mais resistente, circulando com mais facilidade no ar por causa das altas temperaturas e unidade nesta época do ano e também em ambientes fechados.

De acordo com a médica plantonista da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e diretora médica do Hospital Municipal, Dr. Elisabeth Dantas, o atendimento tem sido crescente nas duas unidades de saúde.

“Atendimento no hospital e na UPA está muito grande. Nós estamos nos deparando com os dois casos de conjuntivite, a viral e a bacteriana e os pacientes com um agravo muito grande de conjuntivites que estão durando até 10 dias. Esse é um problema de saúde pública”, diz ela.

Ainda segundo a médica, nos dois últimos meses o número de atendimentos no hospital superou as expectativas da Secretaria de Saúde (SMS) e os números tendem a crescer ainda mais.

“De 01 a 31 de março deste ano nós atendemos 647 casos de conjuntivite, agora em abril já catalogados do dia 01 ao dia 15 já são 576 atendimentos em apenas 15 dias do mês de abril. Isto dá uma média de 20 atendimentos ao dia em março e 38,7 em abril”, contou a doutora.

Além das dificuldades inerentes à doença, Dr. Elisabeth confirma que existe uma epidemia na região e alerta para os cuidados com a infecção, que inclusive pode acontecer mais de uma vez em uma mesma pessoa.

“Então, existe uma epidemia e a gente enfrenta isso com muita dificuldade porque há uma diminuição do estoque de colírios no município. O paciente já não está achando com tanta facilidade e tem que se deslocar. Além disso, a doença está tendo uma tendência a se agravar muito, têm pacientes fazendo infecções secundárias e por isso tem que ter muito cuidado e vigilância”, completou.

Para evitar a contaminação por conjuntivite é imprescindível a higienização das mãos e o cuidado para não levá-las sujas ao rosto. Também é necessário o cuidado com a higiene no geral, evitando-se o compartilhamento de objetos pessoais.
Saiba mais sobre a conjuntivite:

Quais são os sintomas?

Coceira, olhos vermelhos e lacrimejantes, com sensação de areia ou ciscos, secreção amarelada (quando causada por uma bactéria) ou esbranquiçada (quando causada por vírus), pálpebras inchadas e grudadas ao acordar e também visão borrada.

A doença pode acometer um ou ambos os olhos de uma semana a 15 dias.
Como é o contágio?

A conjuntivite alérgica acomete mais crianças, não é contagiosa e é provocada pelo ácaro.
A viral e a bacteriana são transmitidas pelo contato com as mãos, secreção ou objetos contaminados, como maçanetas, toalhas e água de piscina, em especial morna e com pouco cloro.

Em ambientes fechados e com grande circulação, como escolas ou ônibus, o risco de contaminação aumenta. As duas são diferenciadas somente por meio de exame oftalmológico.
A viral, geralmente, ataca os dois olhos e a secreção é esbranquiçada.

A conjuntivite bacteriana dá em um olho só, com secreção mais amarelada ou esverdeada.

Como evitar?

Evite coçar os olhos em locais com grande aglomeração, como piscinas e academias. As mãos e o rosto devem ser higienizados com frequência. Quem estiver doente deve trocar fronhas de travesseiros e toalhas diariamente, preferir toalhas de papel na hora de enxugar o rosto e evitar compartilhar produtos para os olhos, como delineador e rímel.

Como é o tratamento?

No caso da conjuntivite viral, não existe tratamento específico. A médica Cristina Dantas recomenda o uso de compressas frias ou geladas e aplicação de colírio lubrificante gelado várias vezes por dia para aliviar.

Para a bacteriana, o tratamento é com colírio antibiótico. É recomendado lavar os olhos e fazer compressas de água gelada, filtrada e fervida, ou soro fisiológico. Nos casos mais graves, a córnea pode ser perfurada.

A conjuntivite alérgica é tratada com colírio antialérgico. No caso das crianças, a médica alerta para necessidade do tratamento, pois as chances de uma úlcera ou ferida na córnea são maiores. Sempre procure um oftalmologista para o diagnóstico correto.