“Ainda não estou satisfeito com a administração de Dinha. Ele precisa parar pra amolar o machado”, diz vereador Eri


O atual cenário político brasileiro tem dificultado o processo de desenvolvimento de diversos municípios em todo o território nacional. Em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a situação não tem sido diferente.

Em entrevista, na tarde desta quinta-feira (13), o vereador Erivaldo Costa (Eri), avaliou gestão do Prefeito Diógenes Tolentino e admitiu que alguns aspectos de extrema relevância para a administração pública precisam passar por sérios ajustes.

“Eu ainda não estou satisfeito com a administração de Dinha. Acho que falta colocar o trem nos trilhos. Eu já esperava esta dificuldade, não estou aqui atribuindo culpa ao prefeito Dinha, porque conheço ele de perto, sei da vontade que ele tem em ver a cidade mudar, mas eu estive pelo menos um mês na administração e senti que realmente a situação é difícil”.

Para Eri, o fato de ter encontrado algumas pendências financeiras da gestão anterior mexeu um pouco com o planejamento feito pelo atual prefeito, mas que passados esses seis primeiros meses, a prefeitura já tem condições de prosseguir com suas atividades.

“Em dezembro houve uma antecipação de receita, e por conta disso o ex-prefeito deixou a folha sem pagar, além de um monte de rescisões. Esse desfoque no orçamento acabou gerando aquela bola de neve, mas hoje eu já vejo o município com possibilidade de respirar. A gente pode usar sim os problemas do município pra justificar alguns fatos, mas não usar isso pelo resto do mandato.O tempo ainda é razoável, mas a gente já espera alguma coisa desta administração”, disparou Eri.

Sobre os erros e acertos cometidos neste primeiro semestre de gestão, o vereador disse que aprova a equipe de funcionários do primeiro e segundo escalão, porém, ainda há uma certa falta de entrosamento entre os servidores.
“Eu acho que Dinha acertou na escolha do corpo administrativo. Eu conheço as pessoas que estão lá e sei que são muito competentes, mas ainda falta entrosamento. Eu acho que falta parar pra acertar algumas questões. O fluxo precisa ser acertado”, completou.

Eri continuou falando sobre a falta de controle com a folha de pagamento. “A questão do gerenciamento de pessoal ainda está um pouco confusa. Ele tem que está de olho nos índices, percentuais, gastar menos tempo com a questão de pessoal, que eu acho que ele gasta muito. Ele deve dar um basta e dizer que sabe da necessidade das pessoas em ter emprego, mas a prefeitura não pode resolver todos os problemas”.

De acordo com o permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o Limite prudencial da folha de pagamento do município deve girar em torno dos 51%, enquanto em Simões Filho o índice já está na média de 60,88%. Sobre esse aspecto, o vereador revelou uma certa preocupação, mas disse que confia em seu gestor.

“Eu estaria desde já fazendo ajustes na folha de acordo com a necessidade. Se meu nome está em jogo, se eu posso responder processo com relação aos números dos índices, eu certamente não iria passar do limite prudencial. Agora, confio na pessoa do prefeito e acredito que ele sabe o que está fazendo”.

Como vereador da base aliada, Eri disse que se pudesse aconselharia o prefeito a fazer alguns cortes na folha de pagamento, para que não haja um risco futuro do cacique ter suas contas reprovadas e ficar inelegível.

“Se ele fica inelegível é pior pra nossa cidade. Ele é um prefeito que a gente confia e ele não pode ficar inelegível porque está querendo resolver o problema do desemprego. É um problema que ele tem que se preocupar bastante, mas ele precisa entender que a prefeitura não é o caminho pra resolver o problema do desemprego”, ressaltou.

Para finalizar, Eri voltou a dizer que confia nesta administração pública e que acredita que Dinha será considerado o melhor prefeito que Simões Filho já teve. Ainda utilizando a parábola de um lenhador eficiente para ilustrar um conselho que ele daria ao atual chefe do Executivo, Eri mandou um recado direto pra Dinha: “Eu acho que ele deve parar pra amolar o machado”.

As declarações foram prestadas durante uma entrevista ao radialista Roque Santos, pela rádio Sucesso FM 93,1.