Agentes que trabalham com ‘menor infrator’ de Simões Filho e mais duas cidades baianas entram em greve


Agentes protestam na Case do bairro de Trancredo Neves, em Salvador (Foto: Lourival dos Santos/ Sindap )

Em greve por tempo indeterminado, os agentes socioeducadores que trabalham em unidades de internamento para menores infratores, as Comunidades de Atendimento Socioeducativo (Cases), do município de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), pararam as atividades nesta quinta-feira (21). A mobilização afeta ainda os municípios de Salvador e Feira de Santana.

A greve tem como objetivo essencial reivindicar aumento salarial, gratificação por serviço penitenciário, além da aposentadoria especial, sobretudo, pela questão do pouco efetivo que está mantido em 3%, nas Cases de Simões Filho,  Salvador e Feira de Santana.

Os agentes fazem parte da Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac), que de acordo com o órgão,  ‘apesar do anúncio de greve, os trabalhadores seguiram as atividades nas unidades nesta quinta-feira e a troca de turno dos agentes que trabalham à noite para os que atuam pela manhã ocorreu com normalidade‘. A Fundac acrescentou que irá tomar uma posição à respeito das reivindicações dos agentes.

De acordo com Lourival Alves do Santos, a intenção é sensibilizar o governo do estado. “A greve é por tempo indeterminado para que o governo chame para negociar. Estamos à disposição”, disse  e acrescentou que Fundac não negociou a campanha salarial com os agentes, que chegaram a parar por quatro dias em dezembro.

A categoria reivindica um salário de R$ 1.257, com a equiparação do valor pago a agentes de uma ONG de internamento de menores em Vitória da Conquista. “As condições de trabalho são precárias mesmo. É um trabalho arriscado, com menor infrator, a gente corre risco nas unidades e nas ruas”, critica Lourival.

Segundo a  Fundac o governo do Estado da Bahia não é o contratante da categoria representada pelo Sindap, e sim a Fundação José Silveira, que é responsável pelo cumprimento dos direitos e deveres trabalhistas da categoria. O orgão esclareceu ainda que a a cidade de Vitória da Conquista ainda não conta com uma unidade atendimento socioeducativa e o projeto de instalação de uma case na região ainda está em andamento.